Alunos são assaltados dentro da sala de aula no entorno do DF

Nas últimas quarta (26) e quinta-feira (27), um homem entrou na Escola Carlos Drummond de Andrade, no Novo Gama (GO), cidade do entorno do Distrito Federal, e roubou celulares de uma turma no período da tarde. Alunos, pais e professores reclamam de falta de segurança que toma conta do local. A reportagem exclusiva do Bom Dia DF mostrou a situação em que se encontra o colégio.

Com medo, professores preferem não se identificar, mas lembram dos relatos diários dos jovens. “Eles contam que são assaltados, que entram pessoas estranhas. Pessoas que não são da escola entram na sala, fazem ameaças, tomam objetos, celulares. O que eles trouxerem pra escola”, conta uma professora.

”Meu filho já foi praticamente espancado dentro do banheiro. Houve um caso que ele acompanhou. Ele pediu, pelo amor de Deus, pra um moleque que invadiu o colégio não matar o outro”, conta Francisca Nascimento.

A escola é cercada por muros e arame farpado. O diretor mostrou a sala da coordenação, que de tantas grades parece uma cela. Apesar de toda a proteção, há muitas pessoas - que não são alunos nem professores - que entram e saem da escola. Elas pulam o muro. Em um dos pontos há até um apoio para facilitar a passagem para o outro lado.

Salas de aula estão vazias. Faltam professores e segurança. “Todos os dias eu saio de casa com medo”, afirma uma funcionária do quadro.

As imagens mostram que, enquanto a professora tenta dar aula, adolescentes ficam do lado de fora consumindo bebida alcoólica. Eles misturam cachaça com refrigerante e continuam a bagunça, tudo em frente à câmera.

“De um ano e meio pra cá, mais ou menos, nós perdemos o controle. Aí, aquilo que vocês viram ali, bebedeira e tal, se tornou uma constante. Há denúncia de que a escola virou ponto de droga. Alguns alunos se matriculam pra vender drogas. Na verdade, a escola virou um ponto de comércio”, afirma um professor.

O banheiro está sujo, escuro e destruído. Até o corredor das salas de aula foi pichado. “Eles apagam as luzes do corredor. Um dia eu fui pra cima, briguei. Não medi as consequências pelo fato de ser aluno. Mas podia ser gente de fora e também podia estar armado”, conta outro professor.

O diretor vai pedir socorro à Polícia Militar. “Infelizmente, aqui nós estamos na ‘Terra do Nem’. Nem DF, nem Goiás. Por ser entorno de Brasília, aqui fica meio esquecido. Apoio aqui é quase nada”, destaca o diretor da escola, Flávio Mendes. Ele afirmou que vai solicitar, ainda nesta sexta-feira (28), que o Batalhão da Polícia Militar do Novo Gama faça rondas na área da escola durante o dia e também à noite.

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